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quarta-feira, 28 de março de 2012

PRÉVIAS ELEITORAIS SÃO AVANÇO POLÍTICO


Fonte: O Globo

Políticos e partidos brasileiros, com exceções, têm ojeriza a prévias eleitorais. Pode ser que pela tradição autoritária nacional, muito presente na vida política, candidato goste de ser ungido em conversas de gabinetes, sem precisar gastar o verbo com a militância e filiados. Mesmo o PT, durante muito tempo legenda que se vangloriava de supostas práticas democráticas internas, se acomodou a decisões do líder supremo Lula. Quem o ex-presidente apontar, este será o escolhido. Dilma Rousseff e Fernando Haddad que o digam.

O PSDB de São Paulo acaba de dar positiva demonstração de como primárias nunca prejudicam o partido. Mesmo que a adesão não tenha sido maciça na escolha de quem irá disputar as eleições na capital — 6 mil em 21 mil em condições de votar —, as prévias confirmaram a preferência por José Serra, considerado por muitos dirigentes tucanos a melhor opção para tentar manter a prefeitura sob influência do partido.

O ex-governador ficou muito tempo indeciso, ainda na dependência de um projeto pessoal irrealista — o de candidatar-se, mais uma vez, em 2014 ao Planalto —, e jamais poderia ser imposto como candidato da legenda, apesar de ser o único a poder costurar alianças importantes para fazer frente a Haddad, lançado em mais um “dedazo” de Lula, e Gabriel Chalita, do PMDB. Participar das primárias, junto com o secretário estadual de Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Trípoli, contornou qualquer possibilidade de crise no partido. E ao se lançar, Serra conseguiu logo o apoio de dois outros pré-candidatos, que renunciaram à disputa, os secretários estaduais de Meio Ambiente e de Cultura, Bruno Covas e Andrea Matarazzo.

Houve reparos ao fato de Serra ter obtido 52% dos votos, contra 31,2% de José Aníbal e 16,7% de Trípoli, sob o argumento de que apenas se ultrapassasse a barreira dos 70% haveria a certeza de que contaria com o apoio efetivo dos tucanos. Ora, para quem na prática não fez campanha, atrair pouco mais da metade dos votos não pode ser minimizado. Serra ficou à frente do segundo colocado cerca de vinte pontos percentuais, uma razoável margem.
As primárias tucanas servem de lição aos demais partidos. Ao próprio Serra, que se opôs a concorrer com Aécio Neves no processo de definição do candidato à presidência em 2010. Agora, a escolha interna do seu nome retirou o partido de um beco sem saída. Ou melhor, o desfecho seria uma derrota assegurada este ano em São Paulo. Que pode ocorrer, mas, vistas de hoje, as eleições ficaram mais promissoras para os tucanos. Ou menos ingratas.

O exemplo americano deve ser sempre citado. As primárias dos dois grande partidos, Republicano e Democrata, são exercícios vibrantes de democracia e de esclarecimento do eleitorado, assim como de formação de unidades dentro das legendas. Se em 2008 Hillary Clinton era a favorita diante de Barack Obama, e travou com ele ácida luta, isso não impediu que se tornasse ativa secretária de Estado do governo do ex-adversário.

Agora, o duro confronto entre os republicanos, em que o não tão conservador Mitt Romney lidera, tem mostrado que, se o Tea Party é capaz de falar alto e condicionar a agenda do partido, não conta com votação proporcional à sua gritaria. Ganha a democracia americana, como poderia ganhar a brasileira.


sexta-feira, 23 de março de 2012

CAROS AMIGOS


Caro amigo,

Quem bem me conhece, sabe o quanto sou dedicado e fiel ao PSDB. Filiado desde 1994, bem antes disso já acreditava e votava nos candidatos do partido. No início era MDB (antigo Manda Brasa), depois PMDB e finalmente PSDB.

Naqueles tempos íamos as ruas pedir mudança e participação, e o candidato que melhor representasse isso, recebia nosso apoio (e nossa devoção ideológica). Foi assim nas eleições de 1982, primeira eleição do período democrático, com Franco Montoro o melhor governador de São Paulo, até então. Era a descentralização, a valorização de outras instâncias de governo, a seriedade com o trato da coisa pública e muitas outras ações e posturas revolucionárias, que hoje chamamos “jeito tucano de governar”. Tudo isso, claro, com nossa luta, nosso voto e acima de tudo nossas esperanças de dias melhores no país. Nesse período o PT já existia para dividir a oposição que, naqueles tempos, era representada pelo PMDB. Momentos em que grandes lideranças políticas eram forjadas à custa de muita luta pela democratização do país. Eram tempos de poucas flores e muitas baionetas.

Depois, com Quércia e Fleury, houve uma tentativa de mudança de rota, logo corrigida com criação do PSDB. Não devo falar de rupturas, mas foi dessa cisão que nasceu nosso partido, que deu rumo ao país, no governo FHC, e que trouxe tudo de maravilhoso que vivemos no Brasil.

É desnecessário dizer o que veio depois disso, na “era” Lulla. Quanto retrocesso, quanta oportunidade de crescimento econômico perdida, quanto desperdício de valiosos recursos públicos. Um verdadeiro absurdo, uma vergonha! Quanta falta fez ao país Mario Covas, que eleito presidente da república, barraria esses descalabros e enterraria de vez o malogro que é o PT e seus asseclas. Em 2006 Geraldo Alckmin chegou tão perto e, para nossa infelicidade, não levou. Uma pena para os brasileiros todos. À História está reservada a responsabilidade pelo resgate da verdade que tentam inverter hoje.

Ainda bem que em São Paulo a história foi outra e bem diferente. A locomotiva do país que é nosso estado, em boas mãos, e o significado e a importância da cidade que pode ser muito melhor para os brasileiros que aqui vivem.

É preciso resgatar esse significado que o PSDB possui para a política brasileira. Principalmente porque, desse resgate depende não só a sobrevivência desse partido, mas até o futuro político do Brasil. Ainda somos o que resta de resistência ética e de responsabilidade no que se transformou a política brasileira da atualidade.

A responsabilidade por esse resgate é nossa, da militância que no fundo é o partido: seus dirigentes, filiados, simpatizantes e todos que colaboram com o ideário tucano.
Portanto meu amigo, peço a você que tem a prerrogativa de votar, que compareça neste domingo ao local onde seu diretório está realizando a eleição prévia para escolha do nosso candidato e exerça sua missão, que é seu direito: Vote. E escolha o melhor candidato entre os três que se apresentam.

Afinal, eu sempre achei que o PSDB tem uma dívida de gratidão para com a cidade de São Paulo, em retribuição as expressivas votações que nossos candidatos sempre tiveram na cidade. Por isso acho que deveria retribuir oferecendo a melhor administração que a cidade já viu. Digo isso desde 2004, quando completamos 20 de disputas para eleição do prefeito da cidade, iniciadas quando Jânio venceu FHC.

Pense muito em tudo isso e no quanto a política brasileira está diferente daqueles idos tempos. Nossa cidade merece.

Saudações Tucanas,

Ale Ferraz

terça-feira, 20 de março de 2012

Aos desprovidos de caráter; O ANONIMATO.


Me darei o trabalho de escrever estas linhas hoje pelo fato de ter sido atacado covardemente por um anônimo. O simples fato do meliante ter usado do anonimato, já o descredencia a qualquer tipo de credibilidade, entretanto, aprendi com meus pais e avós que nunca devemos ser atacados injustamente sem devolver aos covardes uma resposta, mesmo que saibamos que de nada adiantara para o que cometeu tal atrocidade, a estes nada devo.

Por ter eu escolhido a política como forma de contribuir na sociedade para seu crescimento e melhoria, me tornei uma pessoa pública no instante em que comecei a militar no meu partido, o PSDB nos idos de 1994. Sabia com isso que enfrentaria ataques dos que pensam diferente de mim, essa é a democracia pela qual sempre lutei e sei que se não será diferente. Os que não querem o contraditório que se recolham em sua insignificância e no anonimato. Não me apequenarei diante desses covardes.

A estes devo lembrar que intimidade tenho com minha esposa e, que por ter eu uma história de 18 anos no PSDB, sei como o jogo é feito e de que maneira devo me comportar diante das pessoas e políticos pelos quais luto e com afinco me dedico por acreditar que o mundo pode ser melhor do que é agora. Não sou um deslumbrado baba ovo e tão pouco brigo por louros ou créditos pessoais, isso é para os fracos de espírito e carentes de afeto. Sei o meu lugar e não será um covarde anônimo que ditará meus passos.

Se quer uma agenda com o Sr. Governador, procure sua assessoria. Posso encaminhar seu pedido, mas não cuido dos compromissos dele. Sou Secretário-Geral, Delegado Estadual e Nacional do PSDB e tenho orgulho de caminhar com os homens e mulheres desse partido, tive a honra de ser um dos coordenadores na campanha do Geraldo em 2008 quando não era fácil estar ao lado dele, sou fiel aos meus ideais e assim seguirei. Trabalhei arduamente em sua campanha para Presidente do Brasil em 2006 e para ajudar a eleger o José Serra Prefeito de São Paulo em 2004. Tenho uma vasta lista de serviços prestados pelo meu partido, investigou isso também?

Nas últimas eleições em 2010, ajudamos a eleger o nosso Governador em São Paulo e desde então escolhi voltar para minha cidade natal para que cretinos como você, que se escondem no anonimato sejam definitivamente eliminados do cenário dessa cidade que paga um preço alto por dar ouvidos ao atraso e a falta de profissionalismo que insiste em predominar por aqui. Mas sei que venceremos e me coloco a sua inteira disposição para qualquer debate, desde que como eu, você tenha a coragem de mostrar a sua cara. 

quinta-feira, 8 de março de 2012

PARABÉNS MULHERES!!!

PRIVATARIA PTRALHA¹³*




Como que comprovando sua incapacidade de gerir o Sistema Aeroviário do país, o governo petista, finalmente, aderiu ao irresistível charme do liberalismo privatizante. É uma pena que esse atestado de incompetência chegou com 9 anos de atraso, mas não poderia deixar de ser diferente; afinal, o PT angariou grande parte de seu eleitorado demonizando as privatizações de seu principal adversário, o PSDB, que, no linguajar esquerdopata, seguia a passos largos para “vender o país”.

Ao privatizar, o PT rompe com seu passado. Aliás, o caráter “estatal” apresentado pelo governo disso que chamam de “Esquerda”, no Brasil, era um dos últimos resquícios que o PT tinha, em concomitância com o populismo, que o diferia daquilo que o próprio partido classifica como a Direita Conservadora.

Sabendo dos riscos de a adesão aos ‘Ventos Privados’ trincar parte de seu eleitorado, o espécime oportunista do governo federal colocou seu time em campo para tentar fazer-se acreditar que, ao contrário de antigamente, “nós não estamos privatizando, estamos fazendo concessões”. Debate Inútil, já que o que caracteriza uma concessão é o controle, logo, se o controle foi adquirido pela iniciativa privada, privatizou-se.

A Privatização do PT, que com muita propriedade chamo de Privataria, foi capitaneada com os mesmos conceitos históricos das privatizações do PSDB. Nem nisso o PT foi capaz de se diferenciar. Os grandes avalistas da privatização continuam sendo o bolso do contribuinte, via BNDES, e os fundos de pensão estatais. É o tipo de negociata que só acontece em países emergentes; onde mais permitir-se-ia privatizar um bem público com o dinheiro do povo? Aliás, deixando de lado as entrelinhas contraditórias, seria inteligível o uso de dinheiro público para estatizar e não para privatizar, correto?

Como, no governo federal, tudo aquilo que é ruim corre sempre o risco de ficar ainda pior, Dilma deu sua contribuição para estrangular a real chance de sucesso que privatizar os aeroportos apresenta. Diz-se isso, pois a Doutora decidiu que o governo deveria ter participação robusta na administração dos consórcios. Com o martelo batido, nada menos que 49% da responsabilidade dos investimentos continuará a cargo da estatal Infraero.

Em um momento cujo qual o governo federal anuncia corte de gastos em áreas como Saúde e Educação, é ignomínia permanecer como investidor responsável por 49% dos investimentos em aeroportos que foram privatizados. É um ato de deboche, sobretudo, com as camadas mais pobres da população, aquelas que dependem dos serviços básicos de saúde e educação públicos e que jamais colocaram seus pés em qualquer aeroporto.

A Privataria Petista chega em “boa hora”. Com ela vislumbra-se uma luz no fim do túnel dos gargalos que permeiam o sistema aéreo de Norte a Sul do país. Sem ela isso seria impossível. Junto com a Privataria chega a constatação do óbvio: o que o PT apresentou em todas as suas campanhas eleitorais à Presidência da República não passou de Estelionato Eleitoral.

Espera-se que o povo dê, nas urnas, a resposta à essa estrovenga; no entanto, em um país que precisa aprovar um estratagema como a Lei da Ficha Limpa para que seus eleitores não leguem seus votos à choldra, a resposta à Fraude Intelectual petista parece pouco provável. Ver-se-á!

O petismo de Lula, que até o ano passado descia o sarrafo nas privatizações, parece vivenciar um conflito semiológico com seu próprio espelho. Mas o Brasil, que do mesmo modo vivencia, não um conflito, mas uma crise de identidade político-eleitoral, parece não possuir ninguém capaz de atirar a primeira pedra, infelizmente.