IMPOSTÔMETRO

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

OUTROS ATORES, A MESMA NOVELA



Por Fernando Moreno Machado

A história conta os fatos que se repetem. Se “em televisão nada se cria, tudo se copia”, a política segue a mesma bula para remediar seus males crônicos. Diferença é que os diagnósticos imprevisíveis, adulterados ou não, tem efeitos colaterais mais abrangentes. Mas os manipuladores dessas fórmulas já conhecem os pacientes e com eles trocam receitas.

A politicagem é mundana e promíscua. A política distancia-se da polis desvirtuando a plebe. O político e o politiqueiro aí se imiscuem no igual e rasteiro discurso: “tudo pelo povo e para o povo”. No povo está o homem objeto. Objeto do plebiscito. Passado isto, povo é massa, e aqui em Porto Feliz não se pode ter opinião e chamar o povo de massa, pois os politiqueiros até ameaçam o choro, tão falso e leviano quanto seu modo de atuar. E a massa é simples na sua composição subsistente a pão e água. Circo não é ingrediente; é acessório de que se privilegiam os políticos.

Os fatos se repetem, a história se recria, a televisão lhes dá nova versão em série. E todos assistem à cópia do que se copia. O episódio em tela tem como protagonista Agnelo Queiroz (PT) assessorado por alguns figurantes e, como antagonista, Geraldo Nascimento de Andrade, seu ex-coadjuvante. A história recente ainda mantém viva na memória dos brasileiros, outro seriado, O MENSALÃO, cujo ator principal é o “chefe de quadrilha” José Dirceu assessorado pelos coadjuvantes petistas.


Este folhetim grotesco, este novelão mexicano em versão candanga, resultará em premiação pela Academia de Arte e Ciência da Corrupção, de que Brasília é palco na moderníssima sede da Câmara Distrital, onde a escolha dos incólumes estará a cargo da base de sustentação do governo Agnelo (PT). Dos 24 deputados distritais, 19 compõem majoritariamente a base para blindagem do governador. Há bem pouco tempo o elenco era outro, mas o seriado era o mesmo. E a maioria parlamentar que derrubou Arruda, hoje blinda Agnelo. Tanto no âmbito local, como na esfera federal, não há o que a oposição possa fazer. A maioria, com ou sem razão, sufoca a minoria e ponto final. Qualquer semelhança com o que vem ocorrendo com a nossa Câmara de Porto Feliz não é mera coincidência. Aguarda-se o próximo seriado.
Fernando Moreno Machado estudou Sociologia e Política na FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo)é Secretário-Geral do PSDB de Porto Feliz-SP, Delegado Estadual e Nacional do PSDB.

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