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sábado, 15 de outubro de 2011

DIA DO PROFESSOR?

Neste dia 15 de outubro, DIA DEDICADO AO PROFESSOR, para demonstrar nossa indignação com a forma com que a educação está sendo conduzida em Porto Feliz, faremos nossa homenagem de uma forma diferente. Segue nossa homenagem:

Secretário de Educação, Cultura e Esportes, Sr. Julio Bronze é alvo de Moção de Repúdio

Por Vereador Gerão; especial para o Blog.

Hoje protocolamos na Secretaria da Câmara, uma Moção de Repúdio dirigida ao senhor Julio Bronze pela exoneração arbitrária de Kátia Aparecida Bíscaro Rocha e Vivian Portronieri, dos cargos de Diretora e Vice-Diretora da escola municipal Coronel Esmédio, respectivamente.

Kátia e Vivian reagiram de forma corajosa às resoluções do Poder Executivo que diminuem as salas de aulas, aumentando assim o número de alunos por salas na rede escolar do município. A determinação das Sras. Kátia e Vivian acabou lhes custando os seus cargos, mas serviu de exemplo para os educadores que buscam dignificar o ensino público no município, com altivez, coragem e determinação. Kátia e Vivian deixam uma lição de integridade para alunos e professores de todo o estado de São Paulo.

Querer negar a verdade de que os profissionais do magistério não recebem o reconhecimento a que fazem jus é impossível. Mesmo com as circunstâncias desfavoráveis, o contexto ai está. A escola está inserida nesse contexto social difícil. Não há como mudar, por decreto, pelo menos. Mas é preciso mudar. Nesse ponto de necessidade se destaca a importância da Sra. Kátia e Vivian ao setor de educação em nosso município. Está comprovado: “elas fazem a diferença”.

Há décadas ouvimos o discurso de que é preciso melhorar a qualidade da educação no Brasil, de que essa qualidade é essencial para o desenvolvimento do país, etc. Hoje, vários programas públicos, assim como movimentos da sociedade civil, carregam esta bandeira, mas o que é, afinal, esta qualidade? Que qualidade queremos? A de salas super lotadas?

Se paga uma fortuna para o Planeta Educação e com o sistema "apostilado" que por sinal é de péssima qualidade e obrigam os professores a seguir o material e o plano de aula, fazendo com que eles percam a autonomia.

O ensino público municipal é maior prova dessa tendência. Sob o fenômeno da municipalização da educação básica a Rede de Ensino Municipal deixou seu aspecto de qualidade e excelência na educação infantil e em poucas escolas de Ensino Fundamental para se tornar uma grande rede de escolas de qualidade duvidosa.

Pela ânsia de captação dos recursos do Fundef (Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental – uma grande fonte de recursos financeiros destinada ao repasse para os Estados e Municípios que tivessem escolas de 1ª a 8ª série em suas redes) a Prefeitura Municipal de Porto Feliz abandonou a excelência da educação infantil que conhecia e se lançou ao desconhecido.

Como ampliar a rede de ensino exige investimentos na construção de escolas e principalmente na contratação de profissionais de educação, a saída encontrada pela Prefeitura foi concentrar muitos alunos em poucas salas de aula.

Após muitos anos dessa caminhada os resultados são evidentes. Muitos alunos concentrados em uma mesma sala de aula e um sistema que adota progressão continuada em meia jornada produz uma prática conhecida como aprovação automática, que reforça ainda mais as dificuldades dos alunos, desestimula o estudo e estimula a indisciplina, já que não existe argumento que convença o indisciplinado que o estudo e a realização de atividades são necessárias, pois existe a ilusão da promoção garantida.

A Prefeitura trata da produção de números e dados que demonstre a eficiência da rede municipal, a Secretaria age com mão de ferro sobre as escolas, da maneira mais simples: elimina-se a possibilidade de retenção dos alunos que não superaram suas dificuldades, maquia-se o sistema de avaliação das escolas em conceitos pouco claros e divulga-se uma imagem de austeridade e investimento material, quando no interior das escolas a aprendizagem sofre duros golpes.

No fim desse processo os alunos são confinados em salas de aula super-lotadas, em um ambiente de conflito entre professores e direção e de indisciplina e desrespeito dos alunos.

O Diretor de Escola precisa ser um líder, precisa ser diferente. Diferenciar-se, para ele, é uma necessidade através do uso da sua liderança, embora ela não seja algo que se aprenda de uma vez por todas. Liderança que se diferencia, não pelo salário, pela origem, sexo ou cargo. É aquele que tem consciência dos desafios que enfrenta e que serve aos outros. Um verdadeiro líder é dinâmico e tem habilidades e aptidões para fazer as coisas. Tem sempre em mente a idéia de diferenciar-se, de crescer e modificar-se. E deve ficar bem claro que o melhor tipo de liderança é pelo exemplo. Distinguir a diferença entre comandar e liderar é fundamental.

Por tudo isso, Kátia e Vivian são muito importantes e se diferenciam no que fazem. Faz a equipe diferenciar-se. Não basta administrar a escola pública. É preciso liderar, influenciar o comportamento dos outros. Influenciando e proporcionando aos participantes do processo, condições para transformar o conceito de escola pública, de escola do governo para escola do povo. O Diretor de Escola deve estar no centro do processo, liderando, articulando, sendo diferente, reafirmamos.
José Geraldo Pacheco da Cunha Filho (Gerão) é Vereador e Presidente do DEM de Porto Feliz - SP

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